Comunidade agrícola em Cabo Verde investe em resiliência climática após anos de seca

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UN Photo/Mark Garten Santo Antão concentra montanhas mais verdes de Cabo Verde

Com informações da ONU NEWS

Uma iniciativa das Nações Unidas e parceiros internacionais com a Ilha de Santo Antão, em Cabo Verde, está beneficiando o trabalho de pequenos produtores rurais após uma seca de cinco anos.

O projeto “Fomento de práticas agrícolas sustentáveis” no município de Paúl conta com o financiamento de Luxemburgo, entre outros doadores, e tem o apoio da agência da ONU para Alimentação e Agricultura, FAO, e do Programa para o Desenvolvimento, Pnud.

A meta é transformar o setor agrícola e fomentar a criação de empregos para quase 100 jovens e mulheres e 90 agricultores. Ao todo, são beneficiados 285 pequenos produtores de feijão, cassava, banana, café, papaia, couve e outros alimentos.

Localizada no extremo oeste de Cabo Verde, a Ilha de Santo Antão enfrenta os sinais das mudanças climáticas com quedas do fluxo de água para a agricultura e a redução no número de rebanhos.

O Vale Paúl, com pouco mais de 7 mil moradores, abriga o que a especialista da FAO, Katya Neves, descreve como um jardim experimental com vários tipos de cultivos.

O chefe da ONU conversou com alguns agricultores no projeto que incentiva a participação de mulheres. Uma delas é Angela Silva, filha e neta de lavradores. Ela diz sentir mudanças nas águas de Cabo Verde e no trato com a terra ela planta bananas, cana de açúcar e hortaliças.

“O meu sonho é transformar aquilo numa floresta de alimentos para os meus filhos e também para os meus netos. Para além de estarmos numa ilha agrícola, mas nossa alimentação é pobre porque as pessoas se dedicam mais à cana sacarina e esquecem de por outras culturas. E, por vezes, a pouca quantidade que produzimos aqui é vendida, por exemplo, no Porto Novo. Às vezes, procuramos por um produto aqui, mas não encontramos. Encontramos mais no Porto Novo.”

Um dos cultivos no projeto em Paúl é uma espécie de cassava ou aipim resistente à seca. Juntos, os agricultores criaram uma associação para fornecer alimentos para mais localidades à medida que tentam conter os efeitos adversos às plantações.