Estudantes marcham contra a violência sexual na África do Sul

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Marcha uct

Por Natalia da Luz

Com a mensagem de basta à violência sexual, estudantes da Universidade da Cidade do Cabo (UCT) saíram de suas salas e marcharam pelo campus nesta quarta-feira.

A ruandesa e ativista de direitos humanos Monique Mujawamariya participou do protesto lembrando que a grande proposta é lembrar os jovens de que existem diversas maneiras de viver sem violência.

– É um grande  problema que envolve cultura, educação e a própria lei. Precisamos ser mais duros com quem comete tais crimes. Precisamos de leis mais rígidas e de um movimento de não aceitação dessa tragédia – contou Monique ao Por dentro da África.

Com cartazes de “We say enoght” (Nós dizemos chega”), milhares de estudantes se uniram ao movimento iniciado pelo vice-reitor da UCT, Max Price que, em discurso, disse esperar que o Estado proteja as pessoas, especialmente, as mulheres.  e que os jovens fortalecam essa luta.

– Pesquisas mostram que três quartos dos estupradores cometeram o crime quando adolescentes. Precisamos mudar esse comportamento – disse Price.

A violência sexual na África do Sul é uma das mais altas do mundo. Cerca de 60 mil casos são registrados anualmente, mas organizações acreditam que este número seja muito maior, superando os 600 mil.

Crime bárbaro

Neste mês, uma jovem de 17 anos foi estuprada por um grupo de homens. Em decorrência dos ferimentos, Anene Booysen não resistiu e morreu no hospital. O caso chamou a atenção do mundo e das autoridades sul-africanas que há tempos permanecem em silêncio sobre um prática criminosa tão comum e bárbara que, na maioria das vezes, beneficia o crimoso com a impunidade.

Para Monique, que coordena a Mafubo, uma ONG que luta contra a violência doméstica e pelos direitos das mulheres, que elas precisam  recusar o violência e o estupro como comportamentos que não serão aceitos em suas vidas.

Confira o vídeo da campanha