África em Verso: “Um sonho inconfundível”, por Mavenda Nuni yÁfrika

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Foto: Joana Choumali – África – Por dentro da África

Por dentro da África 

Cachos do meu amor, cachos da beleza preta ou pretinha como pequena.

Essa pequena que se criou dentro de mim gerou a inspiração das árvores,  a essência da mãe natureza!

Cabelos cachos em todo o lugar.Todos os cabelos valem, é claro, mas a natureza é a mãe!

Na arte de contemplar a beleza humana, vejo cabelos naturais, seus cabelos lisos também olho, mas não chamam atenção!

Brincadeira louca, o sonho é encrespar as crianças, é ter crianças crespas!

O meu sonho inconfundível é minha louca paixão em cabelos nos meus olhos.

Somos naturais de nascença, mas transformados pela química, sim é química!

Sonhava em Welwitchia de Namibe, diretamente de Angola.

Meu amor pelos crespos é louco, ela sabe que a adoro como negra.

Por isso que admiro e adoro os crespos da minha rainha negra.

As “coroas das princesas negras”,  os cachos dela formam e buscam a África.

Desde Etiópia, Egito às diaspóricas terras brasileiras…

Esse é lírico e não arte de compor ou ditar beleza.

Não sou estilista, muito menos diretor de agência nenhuma

Cachos loiros, cachos marrons ou castanhos, carapinha das rainhas africanas e lisos indígenas, indianas e outros povos asiáticos.

Faltando os europeus também têm lisos e cachos.

Loucura de beleza, não é arte de compor essa lírica.

Adoro as meninas crespas que estão encrespando Brasil e quiça a África.

Mulheristas sabem quem são? Elas têm águas que bebem, que afluem do Nilo.

Mas diria um sonho inconfundível é a crespa de tons suaves como pensamento inspirador,

(hoje quase fiquei decepcionado com uma propaganda que dizia: “alisar é fácil”)

Sou inspirado por uma crespa e com beleza dela. Quer saber? Para julgar os meus valores?

Não é hoje. Não é perfeita também, mas ela tem estética ancestral africana.

Bem, eu sabia que existia mistura genética.

Preciso de uma bióloga para explicar o meu lirismo.

Lisinhas originais podem se alegrar.

Mas não falem mal das meninas com cabelo crespo nas escolas.

É isso mesmo, não ofendam as de “cabelo ruim”

porque no Brasil manifestam o preconceito com os cabelos alheios.

Ame ou deixe o crespo em paz!

Agora “é revolução preta e crespa”, não é minha, é nossa mesmo.

Viva a liberdade das mulheres e dos cabelos naturais…

Essa minha lírica vai ao encontro com latinidades, consagrando as

Mulheres Negras Latino-americanas!!!

Mavenda Nuni yÁfrika 2015, em julho.

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