ONU pede investigação de casos de execução e tortura na Líbia

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Tripoli, Natalia da Luz
Tripoli, Natalia da Luz

Com informações da ONU

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu investigações sobre torturas e execuções sumárias supostamente cometidas pelo comandante das Forças Especiais da Líbia, Mahmoud al-Werfalli.

De acordo com a agência da ONU, vídeos circulando nas mídias sociais mostram o comandante executando ou ordenando execuções de pessoas detidas pelo exército.

“Nossa preocupação é baseada em relatórios que sugerem o envolvimento das Forças Especiais, uma unidade alinhada com o Exército Nacional Líbia e, em particular, seu comandante de campo, Mahmoud al-Werfalli, na tortura de detidos e na execução sumária de pelo menos dez homens capturados”, afirmou Liz Throssell, porta-voz do ACNUDH, em uma coletiva de imprensa na última terça (18).

“Pedimos que o Exército garanta uma investigação completa e imparcial sobre essas alegações, além da suspensão de al-Werfalli de suas funções como comandante de campo das Forças Especiais enquanto esperamos a conclusão da investigação”, acrescentou.

Segundo a porta-voz da agência, o último vídeo, postado nas redes neste mês, parece mostrar combatentes do Exército chutando e provocando prisioneiros, enquanto al- Werfalli acusa dois homens de mãos amarradas de pertencer a grupos terroristas.

“A luta contra o terrorismo não pode ser usada para justificar execuções sumárias ou outras violações graves do direito internacional dos direitos humanos e do direito internacional humanitário”, ressaltou Throssell. Ela afirmou ainda que, em março, o Exército Nacional da Líbia anunciou investigações sobre supostos abusos de direitos humanos, mas não foram compartilhadas informações sobre o status das investigações.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU alertou também para o risco iminente de novos casos de violações de direitos humanos com a libertação de Bengasi, segunda maior cidade do país, palco de combates com extremistas islâmicos durante três anos.