ONU diz que estupro é usado como arma de guerra em zonas de conflito de 21 países

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Mulheres do Sudão do Sul, um dos países com alto número de estupros. Foto: ONU/Martine Perret
Mulheres do Sudão do Sul, um dos países com alto número de estupros. Foto: ONU/Martine Perret

Rio – “Não importa se ela vem da Bósnia, da Colômbia, da Síria ou da África Central. A dor que a mulher estuprada sente é a mesma”. Esta foi a declaração feita pela representante especial do secretário-geral da ONU sobre violência sexual em conflito, Zainab Bangura, no lançamento do relatório anual do Secretário-Geral da ONU sobre o assunto, na semana passada.

Com base em casos registrados pela ONU, o relatório identifica 34 grupos armados, milícias e forças de segurança de governo, responsáveis, em 21 países, por usar o estupro como uma arma de guerra em zonas de conflito.

Entre as suas conclusões, o relatório vincula também a violência sexual com as economias locais. Ele observa que o estupro é usado para ganhar o controle de territórios com recursos naturais que são utilizados por grupos para financiar o próprio conflito, assim como o tráfico de pessoas e o comércio ilegal de drogas.

Os estupros também forçam fugas em massa, o que torna as mulheres, e especialmente as jovens, ainda mais vulneráveis a abusos. Alguns pais tentam proteger suas filhas empurrando-as para casamentos precoces e forçados, o que leva a casos de tráfico humano e escravidão sexual, observou Bangura.

Entre as recomendações do relatório, Ban Ki-moon pede que os governos “trabalhem para desenvolver uma maior proteção e serviços de respostas mais abrangentes para os sobreviventes” de violência sexual, incluindo serviços de saúde reprodutiva, sensibilização sobre o HIV e assistência em ajuda psicossocial, e jurídica.

República Centro-Africana, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Mali, Sudão do Sul, Síria, entre outros, são alguns dos 21 países que estão na lista do Conselho de Segurança onde há grupos suspeitos de cometer estupro e outras formas de violência sexual em situações de conflito armado.

Com informações da ONU