Conflito armado no nordeste da Nigéria ‘criou uma tragédia humanitária’

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A group of women walk along a street in front of the bombed out ruins of what was the Emir’s palace in Gwoza, Nigeria. © UNHCR/Hélène Caux

Com informações da ONU

No nordeste da Nigéria, dezenas de milhares de civis estão sendo forçados a abandonar seus lares e comunidades devido à violência armada. Deslocamentos forçados continuam sendo registrados na região, cinco anos após uma onda de violência ter chamado atenção global, com o sequestro das meninas da cidade de Chibok por extremistas do Boko Haram. Cenário gera “graves preocupações” na avaliação do enviado da ONU, Edward Kallon.

Em 26 de dezembro, na cidade de Baga, a cerca de 200 km de Maiduguri, confrontos entre forças do governo e grupos armados não estatais geraram deslocamentos em massa, levando civis para acampamentos já sobrecarregados ou para espaços destinados a pessoas deslocadas internamente. Uma tentativa de ataque na cidade de Monguno, dois dias mais tarde, agravou ainda mais a situação, provocando novos êxodos.

“O impacto dos confrontos recentes sobre civis inocentes é devastador e criou uma tragédia humanitária”, disse nesta semana (9) o coordenador humanitário das Nações Unidas, Edward Kallon, após visitar Monguno e o acampamento Teachers Village, em Maiduguri, para pessoas deslocadas internamente.

Nas semanas recentes, mais de 30 mil pessoas deslocadas internamente chegaram a Maiduguri, procedentes, principalmente, de Baga. Desse contingente, estima-se que 20 mil estão no acampamento Teachers Village, levando a capacidade do local para além do limite.

Embora não se saiba ao certo quantas pessoas estão se refugiando em Monguno, dezenas de milhares de nigerianos precisam de assistência humanitária, principalmente abrigo, comida, água e saneamento.

Cerca de 260 agentes humanitários foram retirados de áreas do governo local de Monguno, Kala/Balge e Kukawa, afetadas pelo conflito armado desde novembro. Essa foi a maior retirada de profissionais de assistência desde que a resposta humanitária internacional foi intensificada em 2016. A saída das equipes impossibilitou a entrega de suprimentos vitais para centenas de milhares de pessoas.