Bumba Meu Boi se torna Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade

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Festejos do Bumba meu boi no Maranhão. Foto: IPHAN/Edgar Rocha

Com informações da ONU

O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão foi reconhecido na quarta-feira (11) como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O título foi concedido pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da UNESCO, que está reunido nesta semana em Bogotá, Colômbia.

O complexo é o sexto elemento brasileiro a integrar a lista, junto com a Arte Kusiwa, o Samba de Roda, o Frevo, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré e a Roda de Capoeira.

O Bumba Meu Boi é um rito cultural que envolve formas de expressão musical, coreografia, representação e brincadeira. A prática é fortemente carregada de simbolismo.

Ela reproduz o ciclo da vida, oferecendo uma metáfora para a própria existência humana. A cada ano, os grupos envolvidos na prática reinventam essa celebração, recriando canções, sátiras, figurinos e bordados para a ocasião.

Culminando no final de junho, o ciclo do festival envolve inúmeras manifestações, incluindo apresentações públicas e rituais em torno da morte de um boi. É um período considerado de renovação, no qual as energias são revigoradas.

Com a entrada para a Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, as ações de salvaguarda já desenvolvidas pelas comunidades praticantes do Complexo Cultural do Bumba Meu Boi, em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e entidades parceiras, serão reforçadas e buscarão fortalecer a autonomia dos grupos; promover mais ações de educação patrimonial; realizar nova documentação; além de ampliar pesquisas e de promover ainda mais a valorização desse importante bem cultural.

O enredo da festa do Bumba-meu-boi resgata uma história típica das relações sociais e econômicas da região durante o período colonial, marcadas pela monocultura, criação extensiva de gado e escravidão, mesclando a cultura europeia, africana e indígena.

Numa fazenda de gado, o escravo Pai Francisco mata um boi de estimação de seu senhor para satisfazer o desejo de sua esposa grávida, Mãe Catarina, que quer comer a língua do boi. Quando descobre o sumiço do animal, o senhor fica furioso e, após investigar entre seus escravos e índios, descobre o autor do crime e obriga Pai Francisco a trazer o boi de volta.  Coquitéis e curandeiros (pajés) são convocados para salvar o boi e, quando o boi ressuscita urrando, todos participam de uma enorme festa para comemorar o milagre. (Wikipedia)