Trabalho voluntário fortalece a luta contra a Covid-19 na Nigéria

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A enfermeira nigeriana Hauwa Ibrahim – Foto de OMS

Com informações da OMS

Hauwa Ibrahim não tem certeza de quando voltará a ver sua família. Há dois meses, a enfermeira de 29 anos é voluntária no centro de tratamento pra Covid-19 na capital da Nigéria, Abuja. Preocupada com a possibilidade de colocar sua família em risco de contrair o vírus, ela optou por ficar no centro.
 
Como ela, muitos trabalhadores da área de saúde também precisaram ficar longe de suas famílias. Trabalhando até 12 horas por dia, Ibrahim diz que poucos estão dispostos a estar na linha de frente da resposta à pandemia, mas “se alguém tem que estar lá, então ela deveria estar”.

 

“Às vezes é preciso se incomodar para corrigir as coisas. Eu estou feliz com o que estou fazendo. Não tenho arrependimentos. Não tenho visto nenhum membro da minha família nos últimos dois meses, mas esse é o preço que você paga por tentar fazer a diferença”, disse a nigeriana.

Mais de 12 000 médicos, farmacêuticos, estudantes de medicina e outros profissionais da saúde estão oferecendo seus conhecimentos e tempo extra para ajudar a conter a propagação do vírus no país mais populoso da África (com cerca de 200 milhões de habitantes). A Nigéria detectou a COVID-19 no final de fevereiro de 2020, tornando-se a primeira a fazer isso na África subsaariana.

Até agora, a Nigéria é o segundo país mais afetado na região africana da Organização Mundial da Saúde (OMS). A África do Sul relatou o maior número de infecções pela COVID-19 na região. Os dois países estão classificados de forma semelhante em termos de infecções entre os trabalhadores da saúde.

A Nigéria registrou até agora mais de 22 000 casos, com mais de 7 600 pacientes recuperados. Um bloqueio que foi imposto nos estados de Lagos e Ogun, assim como em Abuja, foi relaxado, mas medidas de prevenção como lavagem das mãos e uso de máscaras em locais públicos estão sendo aplicadas. As viagens interestaduais também permanecem restritas.