ONU pede mais atenção para prevenir infecções de HIV entre jovens na África

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Campanha pela conscientização dos riscos do HIV – Divulgação – África do Sul

Com informações da ONU

Em evento com ministros e autoridades de saúde, agências da ONU pediram neste mês (16), no Senegal, que países das regiões central e ocidental da África realizem mais ações para impedir novos casos de HIV entre crianças e adolescentes. Em 2017, em torno de 67 mil crianças (com até nove anos de idade) e 69 mil adolescentes (de dez a 19 anos) foram infectados pelo vírus nessas partes do continente africano.

Em 2017, estimava-se que, nessas duas porções do continente, 800 mil jovens viviam com HIV — de recém-nascidos até adolescentes com 19 anos. O número é o segundo maior em todo o mundo, ficando atrás apenas das regiões sul e leste da África.

Menos da metade de todas as mulheres grávidas vivendo com HIV na África Ocidental e Central (47%) tiveram acesso a medicamentos para prevenir a transmissão do vírus para os seus filhos. Apenas 21% das crianças expostas ao HIV foram testadas nos primeiros dois meses de vida.

Embora a cobertura de terapia antirretroviral tenha aumentado entre crianças, subindo de 18% em 2014 para 26% em 2017, o oeste e o centro da África ainda têm o índice mais baixo do mundo. Em torno de 52 mil crianças e adolescentes com até 19 anos de idade morreram de doenças relacionadas à AIDS em 2017. Desses óbitos, 34 mil eram de meninos e meninas que faleceram antes de completar cinco anos.

Alguns países tiveram progressos na prevenção de novas infecções por HIV entre crianças. De 2010 a 2017, 11 países registraram uma redução das novas ocorrências de mais de 35%. É o caso do Benim, Burkina Faso, Burundi, Camarões, Cabo Verde, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Libéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. Mas outras nações — incluindo a Nigéria, que tem a maior epidemia na África Ocidental e Central — não tiveram nenhum tipo de declínio.

Segundo o UNAIDS, transformar compromissos em ação requer engajamento de líderes políticos e comunitários, a fim de ampliar drasticamente os investimentos e o uso de tecnologias inovadoras. Entre essas estratégias, estão a criação de postos de atendimento para o diagnóstico precoce de bebês, testes familiares e receitas com prazos maiores para a aquisição de medicamentos antirretrovirais.