Metade da população mundial não tem acesso a serviços de saúde essenciais

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Tratamento de malária - Foto de WHO
Tratamento de malária – Foto de WHO

Com informações da ONU

Metade da população mundial não tem acesso a serviços de saúde essenciais, de acordo com novo relatório publicado nesta quarta-feira (13) pelo Banco Mundial e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Atualmente, 800 milhões de pessoas gastam ao menos 10% de seu orçamento doméstico com serviços de saúde para si mesmas, uma criança doente ou outro familiar. Para quase 100 milhões de pessoas, esses gastos são altos o suficiente para empurrá-las para a pobreza extrema, forçando-as a sobreviver com até 1,90 dólar por dia.

As conclusões são do relatório “Rastreando a cobertura de saúde universal: relatório de monitoramento global 2017”, publicado simultaneamente na revista Lancet Global Health.

O relatório mostra ainda que o século 21 viu um aumento do número de pessoas capazes de obter certos serviços-chave de saúde, como imunização e planejamento familiar, assim como tratamento antirretroviral para HIV e redes inseticidas para prevenir malária. Além disso, menos pessoas estão sendo empurradas para a pobreza extrema do que na virada do século.

Há amplas desigualdades na disponibilidade dos serviços na África Subsaariana e na Ásia Meridional. Em outras regiões, serviços básicos de saúde como planejamento familiar e vacinação de crianças estão se tornando mais disponíveis, mas a falta de renda significa crescentes estresses financeiros para famílias que pagam por esses serviços do próprio bolso.

Trata-se de um desafio também para Ásia Meridional, América Latina e Europa, onde um crescente número de pessoas estão gastando ao menos 10% de seu orçamento doméstico com serviços de saúde.

As desigualdades nesses serviços são vistas não apenas entre, mas dentro dos países: as médias nacionais podem mascarar baixos níveis de cobertura em grupos populacionais vulneráveis. Por exemplo, apenas 17% das mães e crianças no quintil mais pobre de lares em países de baixa e média renda receberam ao menos seis de sete intervenções de saúde básicas, comparados a 74% no quintil mais rico.

O relatório é base para a discussão do Fórum sobre Cobertura Universal de Saúde 2017, que ocorre em Tóquio, no Japão. Realizado pelo governo japonês, o evento é patrocinado por Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), movimento global UHC2030, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Banco Mundial e OMS.

Além do presidente do Banco Mundial e do diretor-geral da OMS, participam do evento o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe; o secretário-geral da ONU, António Guterres; o diretor-executivo do UNICEF, Anthony Lake; além de chefes de Estado e ministros de mais de 30 países.