África em crônica: Leprosos da democracia ou estupidez das leis em Angola

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angolaPor Fernando Guelengue, Por dentro da África

Luanda – Qualquer país que se preze é regido por normas que regulam o seu funcionamento, o que o torna, sem a necessidade de ameaças, um lugar melhor para todos. O contrário, nos remete a uma grande utopia como a que vivíamos na época de luta pela independência nacional.

No passado, pessoas diagnosticadas como leprosas eram isoladas do meio social e postas em zonas distantes para evitar a contaminação dos demais. O que não tem cura não muda! Em Angola, vemos um Estado de papelão. A doença é diagnosticada pelos governantes com a justificativa de segredos de Estado quando se trata da chegada dos leprosos: os jornalistas.

É revoltante ver a tal ordem superior humilhar os jornalistas dos órgãos de comunicação. Isso merecia uma boa manifestação de protesto, mas, certamente, isso culminaria com a detenção dos principais promotores e ajudaria a desencorajar as próximas iniciativas.

De que adianta gastar tantos milhões do erário público, se nos quesitos complementares da atividade dos deputados e se a cobertura das plenárias são feitas numa sala fechada sem que possamos ver os detalhes e expressões dos bastidores?

Aquela sala é comparada ao deserto para onde os leprosos eram levados para não contaminar a comunidade. Os jornalistas que não servem os interesses do Estado têm sido vistos como leprosos que contaminam a sociedade com informações que não ajudariam a manutenção do poder.

Pensamos que os deputados da Assembleia Nacional servem apenas para fingir que está tudo bem porque não defendem nada e ninguém, senão os seus reais interesses, de ter um salário gordo e mordomias.