República Democrática do Congo: Após adiamento, eleições serão realizadas neste domingo

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República Democrática do Congo – Eleições 2011 -MONUSCO/Sylvain Liechti

Após uma série de adiamentos, as eleições presidenciais e parlamentares na República Democrática do Congo serão realizadas no próximo domingo (30). Nesta quinta-feira (27) dezenas de manifestantes das cidades de Beni e Butembo, em Kivu do Norte, protestaram contra o novo adiamento na região devido ao surto de ebola. Em Kivu do Norte, as eleições ocorrerão apenas em março de 2019.

Esse conturbado processo eleitoral no país tem sido adiado desde dezembro de 2016. Joseph Kabila, presidente desde 2001, não pode voltar a concorrer por já ter cumprido dois mandatos, como prevê a Constituição.

“Na nossa Constituição, está escrito claramente que, para o presidente, dois mandatos bastam, mas Kabila quer um terceiro mandato. É por isso que não queremos mais Kabila no Congo. Há outras pessoas que são muito inteligentes, mais do que Kabila. Nós queremos que outras pessoas substituam Kabila para trabalhar no Congo – disse o ativista Yannick Okito, que vive em São Paulo.

República Democrática do Congo: História de riquezas e abusos

Durante a Conferência de Berlim de 1885, que dividiu a África entre as potências europeias, Leopoldo II recebeu o território da República Democrática do Congo como possessão pessoal, chamando-o de Estado “Livre” do Congo. A Conferência teve como objetivo organizar a ocupação da África pelas potências coloniais, resultando em uma divisão que não respeitou a história, nem a cultura da região.

Em 1908, o Estado Livre do Congo deixou de ser propriedade da Coroa, por conta da brutalidade do regime comandado por Leopoldo II ter sido exposta na imprensa ocidental, e tornou-se colônia da Bélgica, chamado Congo Belga. Vale ressaltar que o Estado Independente do Congo não era independente, mas uma propriedade de Leopoldo.

A partir de 1891-92, o Estado começou a colher borracha, usando a mão de obra local. Para obter a quantidade desejada, os agentes belgas utilizavam diferentes ferramentas de repressão. Sequestros, chicotadas, fuzilamento, mutilações e abusos de todos os tipos eram castigos frequentes quando não era alcançada a quantia da colheita determinada.

Assista a um vídeo do Por dentro da África durante protesto de congoleses em Copacabana