Mudanças climáticas agravam instabilidade e insegurança na região do Sahel, na África

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Sahel - Mali ONU
Sahel – Mali ONU

Com informações da ONU

A renovada insurgência no delta do Níger, atividades terroristas no norte do Mali, os conflitos mortais por recursos, o crime organizado, o tráfico e o extremismo violento são algumas das ameaças que afetam a região africana do Sahel.

Com aproximadamente 50 milhões de pessoas – cerca de 80% vivendo da terra –, as mudanças climáticas e a subsequente degradação da terra poderão desestabilizar ainda mais a região, e as tensões decorrentes da escassez de terra e água poderão sair de controle, como já aconteceu em outros lugares.

A secretária-executiva da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD), Monique Barbut, estimou que 60 milhões de pessoas poderão migrar para o Norte da África e da Europa até 2035, devido à desertificação na África Subsaariana.

Ela afirmou ainda no final de maio, durante encontro no Conselho de Segurança da ONU, que a oportunidade de uma ação coerente na região do Sahel “parece estar se fechando rapidamente”, conforme imensos desafios ameaçam uma população que cresce a taxas anuais de até 4%.

São cerca 9,2 milhões de pessoas necessitando de assistência na região, e com o cumprimento apenas de uma pequena porcentagem dos 535 milhões de dólares solicitados para a ajuda, as necessidades humanitárias continuaram a crescer, ressaltou o representante especial do secretário-geral da ONU para a África Ocidental e chefe do Escritório das Nações Unidas para a África Ocidental (UNOWA), Mohamed Ibn Chambas.

Ele afirmou que a ONU se comprometeu, dentro dos parâmetros do seu mandato, a ajudar a região a enfrentar seus desafios, ressaltando que a principal responsabilidade dos governos da região é o combate às mudanças climáticas e à insegurança.

Segundo a secretária-executiva da UNCCD, o investimento na reabilitação e no manejo sustentável da terra iria construir a resiliência das comunidades rurais para as mudanças climáticas, melhorar a segurança alimentar e da água, bem como ajudar a estabilizar grande parte da região.