Funcionária da ONU fala sobre o cotidiano das prisões em Darfur

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Maria Gamous em Darfur - Foto: ONU Rio – Desde 2003, o conflito em Darfur, no Sudão, já matou mais de 400 mil pessoas e desalojou 2 milhões. Os combates entre rebeldes, governo e grupos armados se intensificaram e, ao invés de abandonar o lugar onde nasceu, ela optou por ficar com os trabalhadores humanitários e aliviar os efeitos da violência na população civil.

– Lembro-me do medo conforme as pessoas eram deslocadas, mortas e fugiam atravessando as fronteiras – conta Mariam Gamous, que trabalha na Missão Conjunta da União Africana e das Nações Unidas para Darfur (UNAMID). Em 2008, ela entrou para a seção do Estado de Direito da UNAMID como agente penitenciária, em busca do seu desejo de participar em iniciativas de paz da ONU na área.

Atualmente trabalhando com a Assessoria Prisional da missão, Gamous ajuda no apoio da reforma do sistema penitenciário de Darfur, fiscalizando o cumprimento das normas legais internacionais e de direitos humanos.

– Eu realizo programas de formação e capacitação de agentes penitenciários para o desenvolvimento de competências e forneço suporte para melhorias na infraestrutura, tais como casas juvenis e espaços amigáveis para crianças, a fim de melhorar a vida em geral e as condições de trabalho – disse a agente humanitária

Gamous destaca que os únicos desafios que ela enfrenta no dia a dia estão relacionados ao financiamento. A estimativa do Escritório das Nações Unidas para Ajuda Humanitária é de que seja necessário 7,2 bilhões de dólares para os próximos seis anos de atuação da missão conjunta da ONU e da União Africana em Darfur. Boa parte desse recurso, ainda não está garantido.

Com informações da ONU