Por dentro da História: O massacre de Sharpeville durante o apartheid

0
1307
Bailey’s African History Archives

Com informações da Enciclopédia Britannica

Em 21 de março de 1960, ocorreu em Sharpeville, África do Sul, um protesto pacífico que foi reprimido pela polícia sul-africana provocando a morte de 69 pessoas e ferindo cerca de 200. Realizada pelo Congresso Pan-Africano (PAC), a marcha pedia o fim do passe, documento que detalhava e limitava a mobilidade da população negra. Para marcar a ocasião, em 21 de novembro de 1969, as Nações Unidas implementaram o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.

O Congresso Pan-Africano (PAC), grupo dissidente do Congresso Nacional Africano (ANC), lançou a campanha contra a Lei do Passe (durante o apartheid, os negros eram obrigados a usar um documento que permitia/impedia o  deslocamento em seu próprio país), que deveria ser conduzida dentro do espírito de absoluta não-violência. Mais de 20 mil manifestantes se reuniram em Sharpeville, localizado a cerca de 50 km ao sul de Joanesburgo. A presença de veículos blindados e aviões de combate da força aérea indicaram uma provocação desnecessária por parte do governo, especialmente porque a multidão estava desarmada.

Depois que alguns manifestantes, segundo a polícia, começaram a apedrejar policiais e seus carros blindados, os policiais abriram fogo sobre eles com submetralhadoras deixando, pelo menos, 69 mortos e cerca de 200 feridos. Com isso, foi declarado estado de emergência na África do Sul, mais de 11.000 pessoas foram detidas e o PAC e o ANC foram proscritos. Os relatos do incidente ajudaram a concentrar as críticas internacionais ao apartheid na África do Sul. Após o desmantelamento do apartheid, o presidente sul-africano Nelson Mandela escolheu Sharpeville como o local em que, em 10 de dezembro de 1996, ele assinou a nova constituição do país.

Veja mais: No Museu do Apartheid, uma viagem ao período da segregação 

Veja mais: Um grito de liberdade da África do Sul: O legado de Steve Biko 

Veja mais: conheça as alternativas para melhorar a vida nas townships sul-africanas