São Paulo: Encontros marcam os 130 anos da abolição da escravidão

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Festa Nego Fugido - crédito de Zeza Barral
Festa Nego Fugido – crédito de Zeza Barral

Para  incitar a reflexão sobre os sentidos de liberdade para a população negra 130 anos após a extinção da escravidão no Brasil, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc realiza, nos meses de maio e junho, uma série de eventos, em São Paulo.

Confira a programação abaixo:

*Nego Fugido – Um auto sobre escravidão e liberdade

Debate seguido de apresentação de grupo de cultura popular de Acupe-BA.

Nêgo Fugido é uma expressão popular de cultura realizada pelos pescadores da comunidade quilombola de Acupe – da cidade de Santo Amaro da Purificação-BA -, que há mais de um século narra a saga dos negros escravizados que, em batalha, subjugam o rei de Portugal e exigem do monarca  a carta de alforria. Uma encenação de reparação história que coloca os negros como protagonistas da conquista da abolição da escravatura.

Local: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc: Dia 12/5, sábado, das 14h às 18h – Local: Rua Lourenço Granato (próximo a Vai Vai), São Paulo. Grátis.

Sesc Campo Limpo: Dia 13/5, às 16h. Grátis.

Sesc Santo Amaro: Dia 15/5, às 15h – Local: Largo 13 de maio. Grátis.

Sesc 24 de Maio: Dia 16/5, às 15h – Local: Largo do Paissandu. Grátis.

 

*O teatro negro em perspectiva

Dia 11/5, sexta, das 15h às 17h. Grátis.

Bate-papo e lançamento de livro que analisa a cena negra no Brasil e em Cuba.

As obras apresentadas nesta publicação, sem dúvida, cada uma a sua maneira, revelam várias facetas relacionadas aos negros e à cultura afrodescendente levantando apontamentos que dizem respeito a aspectos fundamentais enfrentados por esses sujeitos (física, moral e psicologicamente). Quando grupos como Bando de Teatro Olodum, Cia Espaço Preto, Grupo dos Dez, entre outros, colocam em discussão esses temas, eles possibilitam que o leitor/espectador repense os espaços de representações aos quais os negros costumam ser encarcerados ou, pelo menos, deixam um sinal de que o teatro não deixa de cumprir com sua função pedagógica e/ou política – como deixou asseverado em seus argumentos Irazábal.  Assim é o teatro negro, essas são ferramentas ideológicas, estratégicas e estéticas dos grupos que pesquisam e realizam propostas espetaculares sobre a cultura e a cena negra.

Cine Debate: Açúcar

Dia 12/5, sábado, das 15h às 18h – Grátis.

Exibição de filme seguida de debate com o diretor.

Em Açúcar (2017, 88 min.), Bethania retorna a suas terras onde uma vez funcionou um antigo engenho de açúcar da sua família, o Engenho Wanderley. Entre fotos, criaturas fantásticas, contas a pagar, trabalhadores reivindicando seus direitos sobre a terra, Bethania enfrenta a si mesma em um presente onde o passado e o futuro são ambos ameaçadores. Açúcar é ambientado num universo de realismo mágico, que cruza a história pessoal de Bethania com a formação da identidade de um país que é, ao mesmo tempo, moderno e arcaico, contemporâneo e ancestral, branco e muito, muito mais negro.

*130 anos de abolição: limites e sentidos da liberdade na atualidade

Dia 14/5, segunda, das 14h às 18h30

R$50,00 / R$25,00 / R$15,00

Debate sobre liberdade 130 anos após a abolição da escravatura.

Em 2018 a Abolição da Escravatura completa 130 anos. Neste encontro, o público debaterá sobre os sentidos de liberdade para a população negra na atualidade. Com Mário Augusto Medeiros, bacharel, mestre e doutor em Sociologia pela Unicamp; Suzane Jardim, Bacharel em História pela Universidade de São Paulo; Regimeire Maciel, Professora da UFABC. Graduada em Ciências Sociais pela UFMA; mestra e doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP e Rosangela Costa Araújo, Mestra e doutora em Educação pela USP. Professora da Faculdade de Educação e do Bacharelado de Estudos de Gênero e Diversidade da UFBA.

*Estudos pós-des-de-coloniais

De 18/5 a 29/6, sextas, das 15h às 18h

Breve panorama sobre os estudos decoloniais.

O curso apresentará discussões e pensamentos críticos de diferentes grupos de pensadores, sobretudo latino-americanos(as) e africanos(as), que reclamam a necessidade de se decolonizar/descolonizar epistemologias eurocentradas e seus cânones. Busca-se evidenciar, a partir de um diálogo interdisciplinar entre várias áreas do saber, as respostas epistêmicas e matrizes teóricas que vêm sendo dadas às diferentes formas de opressão e colonialidades, ainda pouco difundidas no meio acadêmico brasileiro. Objetiva-se que participantes adentrem outras concepções de mundo e filosofias que desafiam a racionalidade do sistema-mundo.

18/5. Trilhando caminhos de estudos pós/des/de-coloniais

– Amplo panorama de estudos pós-coloniais, estudos culturais, estudos subalternos, estudos decoloniais.

25/5. Stuart Hall e os Estudos Culturais: raça, identidade e cultura

– Nova Esquerda: materialismo histórico a partir de enunciados plurais

– Feminismos, racismos e lutas culturais

1/6. Contranarrativas epistêmicas em Áfricas e diásporas: entre artes, militância e academia

– Século XIX : Edmund Blyden, Anthenor Firmin, Sylvester Williams

– Século XX: Discursos e formas de insurgência e contestação. Os pensamentos de Fanon, Césaire, Sénghor e C.L.R James, Edouard Glissant

8/6. Inquietações ao Sul: Ecologia de Saberes e Interculturalidades

– A crítica/denúncia à/da colonialidade

– A resistência de saberes “locais” em meio ao contexto global: o que esses saberes nos dizem?

– Interculturalidade, Plurinacionalidade em Américas (Abya Yala) e Caribe: Novas perspectivas

15/6. “Lógica do oral, lógica do escrito”: Corpo, oralidade e performance como pedagogias

– África: colonização, colonialidade e seus embates

– Memórias incorporadas

– Escritas e pedagogias performativas

22/6. Questões de gênero: intelectualidade e militância transpondo binarismos

– Feminismo Decolonial / Decolonialidad y Género

– Feminismo negro

– Novas masculinidades

– Identidades transgêneras

29/6. Ubuntu: Educação, direito à diferença e outros modos de vida

– Renovações que sopram das “periferias” e “margens”

– Comunitarismos em resposta a sistemas-mundo

Saiba mais
*Informações e inscrições no site ou nas unidades do Sesc no Estado de São Paulo. Serviço de van até a estação de metrô Trianon-Masp, de segunda a sexta, às 21h30, 21h45 e 22h05, para participantes das atividades.